O REFORÇO da parceria estratégica, sobretudo nos domínios político e económico, é um dos principais objectivos da visita que o Presidente Filipe Nyusi inicia hoje à República da Itália.
Esta deslocação, que surge a convite do Presidente italiano, Sergio Mattarella, é a primeira oficial do Presidente Nyusi à Itália e acontece num momento particularmente dinâmico para o desenvolvimento político e económico de Moçambique, desde as negociações sobre o diálogo da paz, passando pelo lançamento dos investimentos no sector do gás, até à preparação das próximas eleições gerais de 15 de Outubro.
Moçambique e Itália são dois parceiros estratégicos ligados por uma profunda amizade e interesses comuns. Neste quadro, a Itália diz estar a seguir com grande atenção os temas da paz e do desenvolvimento de Moçambique.
Aliás, o embaixador italiano em Moçambique, Marco Conticelli, garante que o seu país tem interesse em apoiar a paz e o desenvolvimento do país.
“A Itália em Moçambique agiu sempre, sem dúvida, neste sentido. Basta recordar os Acordos de Roma de 1992 assinados com a mediação do Governo italiano; os financiamentos em donativo da cooperação italiana que ascendem a cerca de 900 milhões de euros até hoje; a crescente presença das empresas italianas na indústria do país. Temos, claramente, o interesse comum em crescer juntos”, sustentou.
Importa referir que a Itália é, neste momento, o primeiro investidor europeu em Moçambique, o terceiro em absoluto. Só nos últimos sete anos, os investimentos privados transalpinos totalizaram cerca de 3.2 mil milhões de dólares.
O sector do petróleo e gás está em primeiro lugar, mas há também infra-estruturas, a logística, a energia renovável e o turismo. Também há novas importantes iniciativas, nomeadamente o projecto Mamba, liderado pelo consórcio Eni-ExxonMobil para a extracção e liquefacção de gás “on-shore” em Cabo Delgado.
A decisão final de investimento para este projecto deverá acontecer ainda este ano, num valor que poderá ultrapassar 20 mil milhões de dólares.
Marco Conticelli considera que a visita do Presidente Nyusi à Itália é a confirmação de uma forte amizade e coloca as premissas para desenvolvimento concreto, principalmente no sector económico-comercial.
Em terras transalpinas, Filipe Nyusi abrirá dois convénios que foram organizados em Roma e em Milão, com a participação de associações empresariais italianas e de uma ampla delegação da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Durante a vista será assinado um memorando de entendimento entre os dois ministérios do Ambiente sobre a cooperação em matéria de vulnerabilidade às mudanças climáticas, avaliação do risco, adaptação e mitigação.
A tutela ambiental é um tema de grande actualidade, como demonstram, por exemplo, os recentes ciclones Idai e Kenneth em Moçambique. Espera-se que, com este memorando, os dois países tenham um novo instrumento para relançar a cooperação também neste sector.
O Presidente irá manter em Itália conversações oficiais com o seu homólogo Sergio Mottarella e com o primeiro-ministro daquele país, Giuseppe Conte, numa agenda que contempla ainda um encontro com a comunidade moçambicana ali residente.
Nesta deslocação, o Presidente da República faz-se acompanhar pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco; dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Tonela; Vice-Ministra da Agricultura e Segurança Alimentar, Luísa Caetano Meque; e o embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Moçambique junto da República Italiana, César Francisco de Gouveia Júnior.
Titos Munguambe, em Roma