MOÇAMBIQUE precisa de desenvolver um sistema de transporte mais integrado, que seja suficientemente competitivo e capaz de liderar a integração regional.
Para concretizar este objectivo, inscrito nas prioridades do Governo, deverá continuar a haver fluxos de investimento na reabilitação de infra-estruturas ferro-portuárias, em particular, e na melhoria de todo o sistema de transporte, em geral.
A ideia foi defendida ontem pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, intervindo na inauguração de cinco novas locomotivas e 300 vagões-plataforma recentemente adquiridos pela empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
Para Filipe Nyusi, a entrada em funcionamento dos novos equipamentos é um dos passos concretos que o Executivo está a dar em direcção à materialização dos objectivos propostos.
O Chefe do Estado encorajou os operadores ferro-portuários e outras entidades envolvidas no comércio transfronteiriço, incluindo as Alfândegas, a privilegiarem o diálogo de modo a facilitar negócios entre os países.
“Quando visitámos o Reino de eSwatini,deparámos com alguns obstáculos que desincentivam o tráfego ferroviário na linha de Goba, mas através do diálogo resolveu-se o problema e temos de acarinhar esta forma de resolução dos problemas”, sustentou o Presidente da República.
Disse ser expectativa do seu Governo que os CFM tirem maior proveito das facilidades que foram criadas para o tráfego de mercadorias de e para o Reino de eSwatini e, por essa via, aumentarem o encaixe financeiro resultante da aquisição dos novos meios.
Nyusi sustentou ainda que o Executivo está atento aos resultados operacionais alcançados pelos CFM em 2018, que são de cerca de 10.5 mil milhões de meticais e o total dos rendimentos a rondarem 18.8 mil milhões de meticais,o que segundo o Chefe do Estado “é bastante encorajador”.
“Estes resultados são ainda mais encorajadores atendendo ao facto de que exigimos que as empresas públicas produzam resultados positivos para o tesouro como forma de contribuir para o Orçamento Estado,que depende muito da produção nacional dos moçambicanos”, disse, desafiando a empresa a usar os novos meios para duplicar a sua capacidade operacional a curto e médio prazo.
Dados avançados na ocasião pelo Presidente do Conselho de Administração dos CFM, Miguel Matabele, indicam que ainda no âmbito do Plano Estratégico da companhiaseestá a investir na aquisição de rebocadores para o Porto da Beira,o que vai permitir que alguns destes meios actualmente em uso naquele porto sejam desdobrados para o de Pemba.
O que se pretende, segundo Matabele, é que o Porto de Pemba tenha capacidade para receber navios de grande calado, pelo que, além de rebocadores, está prevista a aquisição de equipamento moderno de vigilância, de modo a tranquilizar os armadores.
Só com a aquisição das cinco locomotivas e 300 vagões, os CFM dizem ter investido 35.7 milhões de dólares de fundos próprios.