Não é possível ser bom jornalista em todas matérias

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Jornalistas moçambicanos, parcipantes no segundo encontro de treinamento da

mídia em assuntos tribuários, defendem especialização em tributação, afirmando que escrever sobre uma matéria específica pode confeir qualidade as notícias veiculadas.Jornalistas moçambicanos, parcipantes no segundo encontro de treinamento da mídia em assuntos tribuários, defendem especialização em tributação, afirmando que escrever sobre uma matéria específica pode confeir qualidade as notícias veiculadas.Em Moçambique, é difícil encontrar um órgão de comunicação social que tenha jornalistas especialistas em certas matérias. Todos escrevem tudo. “Não é possível um jornalista ser bom em tudo quanto escreve. Se quisermos educar as pessoas sobre a importância de pagar impostos, temos que ter jornalistas especializados”.É a visão de quatro jornalistras nacionais que tomam parte no encontro que junta mais de setenta jornalistas e profissionais das Autoridades Tributárias de África, em Nyamata, Ruanda. Os profissionais moçambicanos de comunicação social entendem que escrever sobre tudo faz com que muitos jornalistas “falem o que não sabem”Num país com economia informal, com descoberta de recursos, com uma população de mais de vinte e oito milhões de pessoas, com grandes empresas devedoras, com um governo algumas vezes fechado, com leis complexas, “há que ter jornalistas capazes de contribuir eficazmente para aumento das receitas fiscais e aplicação devida dos fundos colectados. Um jornalista especializado, pode fazer seguimento (follow up) dos assuntos até as últimas consequências, o que actualmente não acontece”.A censura que se “enraizou” nas redacções de notícias, tanto do sector público como privado, é outro factor apontado pelos jornalistas moçambicanos como entrave à investigação, o que afecta a qualidade das notícias veiculadas. “Há muitas empresas moçambicanas que não pagam imposto, mas porque tem a mão do governo, nada se pode dizer sobre elas”, lamentam os jornalistas.“É preciso formar jornalistas nestas matérias”, acrescentam. O Fórum Africano de Administrações Tributárias, ATAF, pela segunda vez, voltou a juntar jornalistas para formação em tributação, mas até agora só cinco jornalistas participaram. Moçambicanos defendem que formações devem prosseguir tanto pelo ATAF  e autoridades locais.“Os jornalistas podem até educar e incentivar o cidadão a pagar impostos, mas de nada valerá o esforço se o governo não desempenhar o seu papel.” As autoridade são assim chamadas a mostrar como é que tem usado o dinheiro colectado. A cultura de prestação de contas poderá, segundo jornalistas, ser um incentivo à população no  concertente pagamento de impostos.O encontro de Ruanda inicou quarta-feira, termina sexta. Já debateu temas como a Mídia e a Advocacia, Papel do cidadão no desenvolvimento, Simplificação de questões tributárias. Há mais quatro principais assuntos por debater.


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