Agregador de notícias chinês recompensa internautas que desmontem rumores

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O popular agregador de notícias chinês, Jinri Toutiao, está a oferecer recompensas em dinheiro até três mil yuans (381 euros) por artigos que desmontem rumores, noticiou hoje o South China Morning Post (SCMP).

Apelidado de ‘100’, o projeto foi lançado na segunda-feira e vai premiar os 100 melhores artigos que desmascarem rumores. A aplicação é gerida pela Bytedance, com sede em Pequim, uma das ‘startups’ mais valorizadas do mundo.

A campanha de “limpeza” visa qualquer conteúdo considerado como inapropriado, incluindo notícias políticas sensíveis, rumores que tenham as celebridades como alvo, denúncias de incidentes violentos e piadas entendidas como desagradáveis, segundo o SCMP.

No início do mês, o órgão regulador dos ‘media’ chineses informou que as pessoas podem ser recompensadas com valores até 600 mil yuans por reportarem conteúdo pornográfico e “ilegal”, online ou impresso, a partir de 1 de dezembro.

O Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista da China, alertou em outubro os criadores de conteúdo de que os “rumores não podem possuir a mente das pessoas”, e apelou a todos os internautas a não criarem rumores ou a acreditarem em especulações.

Jinri Toutiao, que significa ‘manchetes de hoje’, foi lançado em 2012 como o primeiro aplicativo de notícias da China baseado em algoritmos de inteligência artificial para recomendar diferentes notícias a diferentes leitores.

A popular aplicação, no entanto, não escapou à campanha de “limpeza” chinesa, já que em abril foi removido de todas as plataformas de aplicações por duas semanas devido a “conteúdo obsceno”, recordou o SCMP na sua edição de hoje.

Nesse período, o fundador e executivo-chefe da Bytedance, Zhang Yiming, escreveu um pedido público de desculpas que prometia “auto-reflexão”.

A Toutiao recuperou o quarto lugar no ‘ranking’ de aplicações com maior número de downloads na loja chinesa de ‘apps’ para iOS no mês passado, segundo a empresa de pesquisa de aplicações para dispositivos móveis App Annie.

Segundo o SCMP, a campanha do Governo chinês para reprimir o conteúdo online colocou mais pressão sobre os operadores de plataformas para contratarem mais pessoas para monitorizar e remover conteúdo em tempo real.

De resto, Zhang terá prometido reforçar a sua equipa de censura de seis mil para dez mil pessoas em abril.

Toutiao anunciou ter intercetado mais de 500 mil artigos contendo rumores e baniu 9.026 conteúdos que espalharam rumores desde maio, através do uso de censores humanos e tecnologia de inteligência artificial.

A empresa também informou que se juntou à Universidade de Michigan para utilizar tecnologias de inteligência artificial.


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