Os desinfetantes com álcool para as mãos já foram creditados por prevenirem a propagação de milhares de mortes provocadas por MRSA, mas de acordo com um novo estudo estão a tornar-se cada vez mais ineficazes no combate aos chamados super vírus.
Uma equipa de cientistas australianos alerta para a crescente resistência das bactérias aos desinfetantes anti-bacterianos, responsáveis por combaterem e controlarem o desenvolvimento de infeções potencialmente fatais, sobretudo nos espaços hospitalares e clínicos.
Os investigadores analisaram um tipo de bactérias intestinais conhecidas por enterococos, que constituem atualmente um motivo crescente de preocupação em todo o mundo, já que são extremamente resistentes a qualquer tipo de tratamento, e até a antibióticos usados nos casos mais extremos, tais como a vancomicina.
Os especialistas testaram amostras bacterianas recolhidas em hospitais australianos, durante um período de 19 anos, e apuraram que estes organismos estão em constante adaptação e melhoraram significativamente a sua capacidade de sobrevivência em ambientes esterilizados, causando infeções de consequências letais.
Os dispensadores de gel anti-bacteriano são comummente utilizados em hospitais no mundo inteiro, desde meados do ano 2000. Na altura a iniciativa ajudou a reduzir as taxas de mortalidade por MRSA, um tipo de bactéria responsável anualmente por milhares de mortes.
“Por todo o mundo as taxas de contaminação por MRSA começaram a decrescer, a saúde de muitos pacientes melhorou e o risco de infeção, e de morte por sépsis, por exemplo, diminuiu”, referiu o professor e líder do estudo Paul Johnson, docente na Universidade de Melbourne.
Johnson e a sua equipa alertam agora para a necessidade de mais pesquisas e da descoberta de meios de combate e de aniquilação destes organismos fatais.
A pesquisa inédita foi publicada na passada quarta-feira no periódico Science Translational Medicine.