Porque nem sempre queremos saber a verdade.
Para além de serem utilizados para secar a louça ou para enxugar as mãos, geralmente estes artigos têm uma presença discreta nas nossas vidas e recebem pouca ou nenhuma atenção.
Todavia, um artigo científico, divulgado pela BBC News, que sugeriu que estes artigos inofensivos podem estar a provocar intoxicações alimentares aos seus utilizadores elevou recentemente estes objetos para as luzes da ribalta.
Porém, o investigador e docente sénior de gastroenterologia clínica, Vincent Ho, da Universidade Western Sydney, na Austrália, avança, em declarações à publicação Science Alert, que não há de facto motivo para alarme.
“Sim, os panos de cozinha acumulam grandes quantidades de bactérias, especialmente quando estão continuamente húmidos e não secam entre as utilizações”, explicou.
“Mas a maioria das bactérias que aí proliferam não são responsáveis pela ocorrência de intoxicações alimentares ou por outros sintomas gastrointestinais”, elucidou.
Ho referiu ainda que apesar de naquela experiência ter sido detetada a presença de 49% de índice bacterial nos panos, que a maioria desses organismos foram identificados como sendo da família dos enterococcus e dos pseudomonas – não estando diretamente relacionados com a incidência de intoxicações alimentares. Contrariamente a partículas como a salmonela ou a listeriose.
Ho recomenda assim que lave os panos após cada utilização e que os deixe secar antes de os usar novamente, já que ambientes húmidos propiciam o crescimento e desenvolvimento dos indesejados seres microscópicos.
O professor salientou ainda que surpreendentemente há um outro artigo na esmagadora maioria das cozinhas que apresenta níveis muito mais elevados de contaminação, mais concretamente a esponja com que lava a louça – que regista 75% de impregnação bacterial.