passando a usar-se uma fórmula da física teórica em vez dos cilindros metálicos usados em vários países, cujo peso efetivo mudou ao longo de décadas.
Em novembro passado, representantes de 60 países no Comité Internacional de Pesos e Medidas aprovaram que se passe a usar a Constante de Planck, uma fórmula do físico alemão Max Planck que permitirá de forma universal determinar quanto deve pesar um quilograma.
Desde 1889, o padrão do familiar quilo foi o Protótipo Internacional do Quilograma, um cilindro feito de uma liga metálica de platina e irídio que é guardado na cave da sede do Comité Internacional de Pesos e Medidas, em Saint-Cloud, perto de Paris, e foi adotado como o padrão pelo qual se medem todos os quilos.
No entanto, ao longo dos anos, o cilindro, que tem apenas 39 milímetros de altura e diâmetro, aumentou a sua massa em alguns microgramas devido a partículas que absorveu da atmosfera.
Por isso, as cerca de 40 réplicas espalhadas pelo mundo para calibrar quanto pesa um quilo são na verdade todas mais leves que o quilograma original, incluindo a que existe em Portugal, no Instituto Português da Qualidade.
Isso pode implicar erros em experiências científicas que precisam de medidas exatas de materiais altamente controlados, como substâncias radioativas.
A partir de hoje entram em vigor também novas fórmulas para calcular unidades fundamentais de medidas como o ampere, que mede a corrente elétrica, o kelvin, uma medida científica de temperatura, e o mole, uma medida de substância.
Medidas que derivam das fundamentais, como o volt, ohm e o joule, passam a ter novos padrões definidos a partir de constantes físicas que se verificam na natureza.
Além dos profissionais dos laboratórios nacionais de metrologia, poucas pessoas sentirão a mudança, afiançou o Comité.