Magnus Carlsen arrasa sonho russo e sagra-se tricampeão mundial de xadrez
Magnus Carlsen revalidou o título mundial de xadrez. Diante do russo Sergey Karjakin, o norueguês celebrou da melhor, esta quarta-feira, forma o 26.° aniversário ao conseguir pelo terceiro ano consecutivo o “xeque-mate” na final do mundial, desta feita, disputada em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Uma desfeita para o presidente russo, Vladimir Putin, ávido de recuperar para o seu país o título que lhe foge agora já há 10 anos.
Obrigado a jogar um desempate de quatro partidas semirrápidas, Carlsen levou a melhor nas duas últimas depois de nulos nas primeiras. Para trás tinha ficado já uma maratona de 12 partidas, em formato clássico, iniciadas a 11 de novembro e nas quais se tinham registado 10 empates e um triunfo para cado um dos xadrezistas.
À entrada para a conferência de imprensa de consagração, o norueguês ouviu os parabéns dos muitos jornalistas presentes.
Tricampeão mundial aos 26 anos, Magnus Carlsen assume-se como o grande mestre de xadrez da atualidade. Além do título, o norueguês embolsa ainda um prémio de 550 mil de euros, embora possa vir a perder 5 por cento (27,5 mil euros).
Em causa está uma eventual multa por ter abandonado a conferência de imprensa obrigatória (vídeo em baixo) após ter sido derrotado por Karjakin na oitava partida, descrita por muitos como muito mais do que uma mera partida de um jogo de xadrez.
“Antes, era a União soviética contra os Estados unidos. Agora, era a União Europeia, os Estados Unidos e as sanções deles contra a Rússia”, afirmou o presidente da Federação mundial de Xadrez, o russo Kirsan Ilyumzhinov, antes de começar o duelo final entre Karjakin e Carlsen. O representante do Kremlin em Nova Iorque, Dmitry Peskov, considerou um eventual triunfo do xadrezista russo como “um enorme golpe de relações públicas” para Vladimir Putin. Não se confirmou.
Karjakin perdeu a final e embolsa o prémio de 450 mil euros que premeiam o vice-campeão. Uma pedra no caminho deste promissor xadrezista de 26 anos, nascido na península autónoma ucraniana da Crimeia, que se tornou em 2002 no mais jovem “grande mestre de xadrez” do mundo, com 12 anos e sete meses.
Em 2009, Karjakin mudou-se para a Rússia, por alegada falta de apoio, naturalizou-se russo e tem-se assumido como apoiante das políticas do Kremlin, defendendo inclusive a anexação da Crimeia ocorrida em março de 2014. É apontado como o grande candidato a reconquistar o título mundial de xadrez para a Rússia, cujo último campeão foi Vladimir Kramnik há 10 anos. Mas ainda não foi desta.
“De certa formsa, depois de termos jogado 12 partidas clássiccas, eu não estava totalmente preparado para os jogos rápidos. Em três dos quatro jogos, eu estava perdido e, claro, Magnus aproveitou-se dos meus erros e mereceu ganhar”, afirmou Karjakin, no final.
“Pressenti que iria conseguir vitória quando empatámos no 11.° jogo. Senti-me bem quando vinha hoje (quarta-feira) para o jogo depois de alguns dias de descanso e para me preparar. O segundo jogo (rápido) foi um bocado frustrante, mas estou contente por ter conseguido ganhar”, assumiu Magnus Carlsen.
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